Abro a porta e encontro. Sabia que eu estava lá, sabia que aquela era a minha casa.
Então eu vejo, em pé, com aquele olhar desafiador que antes me deixava louca e hoje também, mas de maneira absolutamente diferente.
Eu sabia que não podia, mas mesmo assim, disse: entra!
Eu acho engraçado o modo como, num estado profundo de embriaguez, anda pelo meu quarto sem roupa e pede, mesmo sabendo que eu não gosto 'aumenta ou muda esse cd'.
Adorei seu cabelo novo, eu disse. Ah, quer dizer que você gostou do meu cabelo novo? E eu perguntava quantas vezes teria que dizer aquilo. Quantas vezes eu precisar ouvir, disse. Nós ríamos e eu entendia. Porque sim, fazia parte da maior parte da minha vida. Estávamos sempre a repetir: 'você precisa crescer!'.
Sexo era bom e diferente, mas sabíamos que ia acabar, o que poderíamos esperar, nós não iríamos casar!
Prendendo meus braços contra o colchão, em cima de mim, queria saber se eu sentia saudades. Diga que sente saudades de mim, dizia. E eu ria e dizia que sim, que eu sentia. Mesmo não querendo dizer, mesmo pensando em outra coisa, mesmo assim não poderia não sentir, e sabe por quê? Porque você, meu bem, é a pessoa que eu mais odeio no mundo.
No comments:
Post a Comment